sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Test-drive Fiat 500






O Fiat 500, por Bárbara Scarelli:

Eu e o Adriano aqui da equipe Summer Cars fomos até a uma concessionária Fiat fazer o test-drive no novo Fiat Cinquecento, ou simplesmente 500 (em italiano de onde o carro tem origem , pronuncia-se tchinquetchento) especialmente para vocês.
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O carro desembarcou no Brasil após 50 anos do seu lançamento na Europa, e é fabricado na Polônia – vem no segmento de carros para imagem porque eles são mais bonitinhos do que carros de fato, além diferente e descolado. Mas o correto é chama-lo de hatchback de duas portas. Fazem parte desse nicho, que na apresentação do 500 à imprensa a Fiat teve a ousadia de descrever como "luxo cult", os retrôs Mini Cooper, Volkswagen New Beetle e Chrysler PT Cruiser, além do minicarro smart Fortwo.
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O carro vem equipado com motor 1.4 16V de 100cv, o que lhe confere um bom desempenho para os seus mil quilos. Ele é leve e, quando acionada o botão Sport no painel, ele tem uma arrancada mais rápida e o volante endurece muito sutilmente. Outra coisa muito interessante sobre o carro é que em uma ladeira, se você tira o pé do freio ele demora mais para descer do que os carros normais, o que ajuda a evitar pequenos acidentes para quem está começando e ainda não tem o total controle dos pedais.
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O carro chama atenção por sua linhas arredondas e suaves, a referência mais forte do carro são os faróis redondos superiores e o logotipo entre os frisos, o capô curto e arredondado transmite ao mesmo tempo robustez e dinamismo. O item de parte externa que mais remete ao retrô moderno é uma enorme e brilhante maçaneta da tampa traseira. Apesar de pequeno, o Fiat 500 tem um bom espaço interno e bom e lindo acabamento, compatível com os padrões europeus. A parte interna é o que mais impressiona, os detalhes têm fino e ao mesmo tempo divertido acabamento.
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Os instrumentos são agrupados em um único painel que contém velocímetro, conta-giros e computador de bordo, todos visualizados em conjunto, instantaneamente. A conclusão imediata a que se chega ao ver o painel de instrumentos é de que ele é a combinação ideal entre estilo retrô e tecnologia moderna. Como no carro inteiro. O requinte fica para a pintura brilhante na cor da carroceria na parte central do painel. O console central agrupa os controles de climatização e áudio, e ainda acrescenta praticidade, com os diversos porta-objetos. Seu principal destaque é a alavanca de câmbio, próxima ao volante, concebida para parecer um refinado componente mecânico, com suas partes cromadas. Os vários botões foram desenhados para lembrar as alavancas e indicadores do Fiat 500 original, e são muito fáceis e rápidos de usar.
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Os bancos merecem uma menção especial. Claramente inspirados nos do Fiat 500 dos anos 60, eles incorporam o mesmo efeito "dividido", com revestimento bicolor coordenado com a cor do volante. Eles podem ser visualmente parecidos, mas foram desenhados privilegiando a ergonomia e o conforto. O jogo de cores se estende aos painéis das portas: uma parte é revestida para combinar com os bancos e outra, em plástico, incorpora um grande porta-objetos e os alto-falantes.
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Apesar de suas dimensões serem mais generosas do que as do primeiro 500, o novo modelo continua bem compacto (tem 3,55 metros de comprimento, 1,63 m de largura, 1,49 m de altura, 2,30 m de entre-eixos e 185 litros de capacidade no bagageiro). Ou seja, é um carrinho para até quatro adultos (e nisso a Fiat foi honesta colocando apenas quatro cintos de segurança), sem pretensões para viajar com muitas malas. No que se refere a tecnologia e modernidade, o carro não deixa nada a desejar. Há diversos equipamentos, alguns dos quais incomuns em modelos compactos, entre eles: direção elétrica dual drive (com modo normal e Sport), Blue&Me (Bluetooth, SMS, entrada USB, etc), teto solar elétrico Sky Wind, ar-condicionado digital, entre outros.
Mas a mais importante tecnologia embarcada no Fiat 500 está relacionada à segurança. Só para você ter uma ideia, ele tem níveis de segurança que obedecem às normais europeias mais exigentes (ganhou 5 estrelas no EuroNCAP).
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Entre os itens oferecidos estão:
- sete air bags (dois na frente, dois window bags, dois side bags e um que é novidade, o knee bag, que evita lesões nos joelhos do motorista),
- ABS (antitravamento) com ESP (sistema eletrônico de estabilidade)
- Hill Holder (dispositivo que auxilia o motorista nas saídas em aclive ou declive)
- ASR (sistema de controle da tração)
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Pode-se escolher entre o câmbio mecânico de 6 marchas e o câmbio Dualogic automatizado de 5 marchas. Para quem ainda não conhece, o Dualogic permite ao motorista escolher, a qualquer momento, se as trocas de marchas acontecerão automaticamente ou se ele as controlará sequencialmente, através de toques na alavanca do câmbio ou dos controles no volante -- as "borboletas", semelhantes às utilizadas na Fórmula 1.
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Se chamar atenção é que você está procurando, achou o carro certo. Circulando com ele pela rua é visível o quanto as pessoas se impressionam, as crianças o adoram por ser bonitinho. O Fiat 500 é um carro que veio para quem está no meio de um seleto público que o escolhe o carro em si, muito mais do que ele representa em questão de custo benefício. Vamos aos preços: o carro tem diferentes versões que variam entre R$ 62.870,00 e R$ 68.970,00. Só para constar: como curiosidade, o mesmo carro vendido na Itália custa, pasmem, a partir de R$ 29.150,00.

O Fiat 500, por Adriano Vieira:
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Pra quem, como eu, adora carros práticos, pequenos, fáceis de estacionar e, principalmente, chamativos, o 500 parecia um prato cheio. Seu design retrô respeita, em cada detalhes, o modelo original do final da década de 50. Perfeito por fora, a questão está por dentro. Ele é apertado, muito. Com um motorista com mais de 1,75m de altura, dificilmente alguém consegue se sentar no banco de trás. O espaço para pernas é simbólico, apesar do reservado para cabeça ser aceitável e, o dos ombros, gigante (uma das vantagens de se levar apenas duas pessoas naquele banco). O porta-malas é tão ínfimo quanto. No meu Kia Picanto, cinco centímetros menor e que nunca foi referência em espaço, garanto que todos os passageiros e malas vão bem mais confortáveis.
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O painel, com design tão retrô quanto o carro, oferece um acabamento acima dos carros médios brasileiros, apesar de abaixo do Mini. Mas o melhor está nos equipamentos: desde o som com mp3, bluetooth, porta USB e conectividade por meio de voz, passando pelo ar-condicionado digital (exclusivo da versão Lounge, a mais cara), todos os comandos elétricos e até os sete airbags. A única ressalva vai para o volante dessa versão: com um tom creme, quase branco, dificilmente ficará desta cor por muito tempo, por mais higiênico que seja o motorista.
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Vamos para a parte prática: sento no banco e ajusto os controles. A posição de dirigir é ótima, com o tudo perfeitamente centralizado e ajustes de todos os tipos no banco e volante. O único porém está nos pedais, bem juntos, e no painel do câmbio, que rouba bastante espaço da perna esquerda. Dirigindo o carro, no entanto, esses detalhes se tornam costumeiros e o incômodo vai embora.
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A primeira impressão que tive é que o carro não esterça -- apesar de ser pequeno, os largos pneus 195 16" fazem com que as rodas dianteiras estercem pouco, para não pegar nos paralamas. Neste sentido, a versão básica vendida na Europa, com calotas e pneus bem mais finos, deve ser melhor. Apesar disso, a direção elétrica é absurdamente leve (gira-se o volante com o dedo mindinho) e o câmbio e embreagem são extremamente precisos, não lembrando nenhum Fiat nacional.
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O motor 1.4 desenvolve muito bem, casando perfeitamente com o já citado câmbio preciso. Apesar das dezesseis válvulas, não se sente falta de força em baixas rotações. O carrinho deselvolve bem e, por seu baixo peso, não fica atrpas de grande utilitários com motor seis-cilindros. O ar-condicionado trabalha com maestria e o som é mais do que suficiente pra maioria dos usuários do carro. Mas o mais interessante de tudo é o sistema Hill Holder: o equipamento, que está se popularizando na Europa, segura o carro em ladeiras. Assim, não é preciso apelar para o freio de mão ou o "pé-de-pato", sem necessidade de torrar a embreagem. O motorista tem dois segundos para sair da imobilidade antes de o carro soltar os freios.
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No final das contas, o fato de ser um carrinho apertado, caro e chamativo pode ser um afastados, como da própria Bárbara, que alega preferir um Stilo. Pra mim, no entanto, e para muitas outras pessoas onde a indiscrição, a diferenciação e a exclusividade é que contam, dane-se o espaço apertado, o preço de carro grande ou os problemas de se ter um importado: eu quero um 500 para mim!

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